Erisipela e celulite (aqui diferente da “celulite” estética), são infecções cutâneas muito comuns e com características semelhantes, que se desenvolvem devido à entrada de bactérias nas camadas interiores da pele. A diferenciação entre ambas muitas vezes é bem sutil. As duas possuem alta morbidade e diagnósticos diferenciais potencialmente graves que, se não percebidos e tratados adequadamente, podem evoluir com complicações.

Com o início da infecção, os pacientes apresentam eritema, dor e calor locais importantes. À medida que a infecção se estende, graus variáveis de sintomas como febre, calafrios, mal-estar, confusão mental e leucocitose aparecem. A infecção pode se disseminar através dos vasos linfáticos causando linfangite e linfadenite supurativa, e através da corrente sanguínea, produzindo bacteremia.

Erisipela: é um tipo de celulite cutânea mais superficial (afeta a epiderme e a camada mais externa da derme) com comprometimento importante dos vasos linfáticos da derme decorrente da infecção. A instalação e a evolução do processo são rápidas, acompanhando-se de sintomas e sinais gerais de infecção. A apresentação bolhosa aparece na parte mais grave do processo, podendo evoluir com necrose e ulceração posterior.

Celulite: infecção cutânea extremamente dolorosa e infiltrativa, que compromete uma parte maior dos tecidos moles, estendendo-se profundamente através da camada mais profunda da derme e tecido gorduroso. Pode se iniciar como uma erisipela. Em alguns casos podem se formar bolhas ou necrose, resultando em extensas áreas de descolamento epidérmico e erosões superficiais. Como consequência da celulite pode advir supuração profunda e septicemia. O curso da doença costuma ser mais indolente com predomínio de complicações locais, contudo, os efeitos sistêmicos aparecem à medida que a infecção se agrava.